segunda-feira, 15 de outubro de 2007

ENCONTROS DE 3º GRAU


Ultimamente, tenho me deparado com algumas situações que até pouco tempo não tinha idéia que iria
passar. Eventos, coquetéis, prêmios, entregas... Não que seja isto para mim, pensar isto é, por enquanto,
uma grande heresia. Mas porque esta nova situação de estar efetivamente dentro da OAB/SP, traz uma
certa gama de atividades relacionadas que são interessantes. Devo ser sincero: é bom estar nestes
eventos, encontrar pessoas, falar sobre projetos e... comer e beber do bom e o do melhor!
Fui convocado para mais um destes eventos nesta quarta-feira: entrega de prêmio da Fundação Bunge para
os melhores, que ocorreu na Sala São Paulo, na Estação Júlio Prestes. Pensei que um prêmio, por mais
chato que seja, na Sala São Paulo fica muito menos... Aí fui com a minha sócia para saber sobre o que se
tratava e, se desse, fazer alguns contatos interessantes. Já fui meio cabreiro, pois perdi a cantina da mãe
do Alex, que parecia uma boa opção de programa para aquela noite. Mas tenho que fazer estes trabalhos.
"Vamos, não tenho mais como voltar, até porque já confirmei a minha ida!", disse consolando a minha
vontade de ir à cantina.
Para quem conhece a Sala São Paulo, como eu, já sabia o que ia encontrar: um lugar pomposo e cheio de
glamour. Para minha sócia tudo era novidade. Guardas, recepcionistas, tratamento VIP. Tapete azul? Deve
ser a nova moda! Mais sorrisos e bocas, convite à mão... "Como o nome não está na lista?", bradou
assustada a minha sócia. A recepcionista de nome Silvia, com muita tranquilidade, vendo a carta de
representação da OAB/SP em nome do presidente, já ajeitou tudo e colocou-nos rapidamente dentro do
recinto. "Nossa, aquele não é o fulano e aquele não é o ciclano?", disse minha sócia. Eu falei: "É...". Mas
estava com vontade de ir ao banheiro e ela também e nos direcionamos ao local, mesmo atrasados para a
cerimônia. Quando, não mais que de repente, na virada do grande hall de entrada, ao mirar a arquitetura
neoclássica da estação, vejo quem? Ele, não acredito!?. Senhoras e senhores, ele, Mário Portuga! Eu não
acreditei! Até perdi a vontade de ir ao banheiro. Este é o Mário! Para quem não o conhece, Mário, é um
grande amigo e fundador do Lado B, nos últimos tempos sumiu de forma impressionante, até, pelo que
fiquei sabendo, da namorada! E quem estava do lado dele a Mariane, namorada do mesmo! Mas, peraí, o
Mário não morreu? Eu lembro de tê-lo enterrado, feito o discurso e o despacho de despedida... Mas ele
parece tão vivo, cheio de... barba... e terno!!! Meu Deus, este é o mundo paralelo! Mário Portuga de terno?
Será que é ele mesmo? Apertei o seu pochete e senti... Carne com gordura! É vida! Sim! É o Mário! Ele está
vivo! Quase chorei de emoção, mas tinha de manter a compostura. Estava no meio da Sala São Paulo! Mais
uma coisa me confirmou que aquele é o Mário. "Hihi, Victão, não acredito que é você! Gordo, hein! Nem
parece... está que nem gente!hehehe!", constrangedor como sempre. É o Mário! Cumprimentei a Mariane e
disse que precisava urgente ir ao banheiro. Entretanto, o que queria fazer era ligar: "Alex, qual é a chance
de vir a trabalho na Sala São Paulo e encontrar o Mário?", ele sorrindo disse: "Menos 15%!hehehehe!". Aí
contei esta história e prometi relato, o que estou fazendo agora...
Depois do banheiro, encontrei a minha sócia e fomos ver a entrega do prêmio. Muito bonito e significativo!
Falou aquele grande amigo da FFLCH, Jacques Marcovitch, vocês se lembram dele? Ex-reitor da USP que
fugia das reuniões, até o Charles foi pedir dinheiro para ele...hahahah! Então, ele estava ao lado do grande
Celso Lafer, que não deixou de citar Bobbio, com propriedade, em seu discurso. Mas a grande nota da noite
foi de Niede Guidón, grande arqueóloga brasileira, que em sua fala disse que a vida toda estudou em escola
pública, tanto no Brasil quanto na França, e que a sua obrigação era de devolver à toda sociedade, o que
ganhou com o investimento destes povos em seu trabalho.
Depois do grande show dos Meninos de Heliópolis, em que percebi que investir na comunidade gera retorno
de qualidade e de muito boa música, veio o comentário do Mário: "É, Victão, quantos negros você viu lá?",
disse para ele que todos eram, muito mais negros que os suecos e menos que os da Nigéria. Aproveito o
momento para beliscar o Mário e saber se era mesmo ele. Tiro as fotos para confirmar o fato (advogado é
fogo mesmo!). Comemos ravióli e bebemos champagne, até rolou uma swingueira do vinho na Sala São
Paulo. Swingueira do vinho se espalhando pelas classes mais abastadas e até em outro mundo, né Mário?
Neste momento, um pouco mais alegre, eu soltei as minhas ao falar de trabalho: "Foi a Mariane que perdeu
o emprego em Itu?". O Mário com cara de "É...!" olhou para mim e confirmou: "Eu tenho outra namorada?".
Aí eu disse: "É!"...hahahaha
Mas antes de encerrar o relato eu sou obrigado a fazer uma redenção aberta e clara de Mariane, a
namorada do Mário. Ela foi ótima anfitriã! Para os que não sabem, ela trabalha na Fundação Bunge. Ela me
disse: "Victor, o pessoal lá (Lado B) acham que eu sou uma chata!"... Depois de toda a noite me divertindo
com todos, retruquei a ela: "Não é você, não! É o Mário que não cuida da sua imagem direito!". Fui embora
feliz com a noite e por também mudar muito dos meus conceitos... Sobre o Mário, é um ótimo amigo... Uma
pena ele ter se esvaido para terras jardelinas...

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